Manutenção de redutores: Tivemos o enorme prazer de receber dois especialistas da Zanini Renk na segunda edição do TEBE Talks: André Victorelli, Gerente da Field Service e Pós-Vendas na área de redutores de velocidade e da unidade de negócios da Zanini turbinas; e Lucas Varella, Analista Técnico de Service.
A Zanini é especialista na fabricação e manutenção de redutores especiais de velocidade e, nesse bate papo, André e Lucas deram dicas valiosas sobre como prolongar a vida útil dos equipamentos. Confira!
1. Dê atenção à vibração e ao óleo
Segundo André, “se tem duas variáveis que hoje são determinantes para você tomar uma ação sobre um acionamento, é a vibração e o monitoramento do óleo.”
Ele e Lucas comentaram sobre a importância de correlacionar dados para tomar decisões mais assertivas. E no centro dessa discussão estão sempre eles: a vibração e o óleo. Este último, por sua vez, é conhecido entre os engenheiros da Zanini como “o sangue do equipamento”.
“Se ele [o óleo] não está bom, nada vai bem. E hoje ele é grande vilão. Então, começamos a monitorar essa variável, a controlar, e vimos resultados positivos fora da curva. Tanto em relação à vida útil dos componentes quanto a performance, relatou André.
Já Lucas, nos contou que, quando o assunto é vibração, eles avaliam principalmente os pontos de carcaça do redutor. ”Em alguns redutores onde foram adicionados sensores, conseguimos [medir] em pontos mais específicos que são importantes para determinados tipos de falhas.
2. Construa uma cultura de monitoramento
É o entendimento da equipe sobre o problema e sua postura ágil para resolvê-lo que diz qual indústria vai ter uma manutenção de mais alto padrão.
Por isso, é preciso que os colaboradores tomem consciência – e ação – sobre os cuidados com o equipamento. André comentou que ”isso chama muito a atenção dos operadores, eles se interessam muito por aquilo [pelos cuidados com os ativos]. Mesmo que a sua área seja uma área diferente [da manutenção].
Lucas ressalta que esse interesse e essa atitude são contagiantes: ”às vezes você precisa de uma pessoa ali como exemplo para você começar essa cultura. Porque dentro do mesmo setor a gente vê também muita diferença nesses cuidados. Muitas vezes quando você encontra alguém que compra a ideia, aplica e dá certo, é aí que começa a espalhar.
Essa “compra da ideia” beneficia a todos, desde o operador até o gestor, André comenta que os gestores estão sendo cada vez mais cobrados por produtividade, ”e uma vez que você tem dados, você consegue enxergar melhor se aquele ativo que você está usando realmente está sendo bem utilizado em questões de potência. Pode ser que ele não esteja sendo utilizado, então o investimento ali talvez não seria a melhor escolha, talvez ele está quebrando por outros motivos…e é aí que entra o monitoramento, a questão do histórico.’
“Todo e qualquer ativo rotativo deve ser monitorado!”
Ainda sobre o monitoramento, o Gerente de Service acrescenta que “todo e qualquer ativo rotativo deve ser monitorado“. Isso porque uma simples questão operacional pode muito bem se transformar num problema grava por não ser possível quando o defeito começou. Se o profissional de manutenção não tem essa informação, ”ele perde completamente o domínio do tempo. Ele não sabe se o equipamento já veio com defeito, se foi alguma operação que trouxe esse defeito para o equipamento…o cliente fica no escuro.”
3. Opte por soluções práticas e inteligentes
A manutenção tem evoluído para ficar cada vez mais otimizada e menos custosas. E é aí que entra a tecnologia: para digitalizar os processos e torná-los mais robustos e baratos. De acordo com Lucas, quanto antes você enxerga e atua no problema, mais barata é e menos impacto gera a solução.
Redutores especiais costumam ser equipamentos grandes e de alto valor agregado. Por esses motivos, se não tiverem a devida atenção, podem dar grandes dores de cabeça. Por exemplo, o Gerente de Service da Zanini nos contou que raramente é possível fazer a manutenção de um redutor planetário em campo.
“Não é uma manutenção rápida. Só para abrir um redutor de grande porte nós levamos em média entre 15 e 16 horas. E depois tem toda uma logística, parte de segurança, para o manuseio dessas peças.”
“Caminhar para um futuro em que tudo seja IoT é o ideal.”
Ainda falando sobre o tamanho dos redutores, André nos contou que o monitoramento desses ativos precisa ser o mais simplificado possível: “quanto mais fácil for a instalação do sensor, muito melhor. A gente sabe o quão complexo é ter que tirar um equipamento de 50, 60 toneladas para mandar para uma fábrica para fazer furação. Então isso inviabiliza. Caminhar para um futuro em que tudo seja IoT é o ideal.”
Essa facilidade das tecnologias IoT se dá especialmente pela independência de cabos. Lucas observou que “essa versatilidade de você explorar diversos pontos do redutor facilita muito a vida. Às vezes, para um equipamento menor, [em que] o mancal está muito próximo da carcaça. você consegue fazer uma medição mais assertiva sem muito trabalho. Nem sempre nós temos essa facilidade.”
O Análista Técnico da Zanini nos contou que, muitas vezes, é preciso monitorar pontos muito específicos em regiões de carregamento que são de difícil acesso. Isso inviabiliza tanto a coleta manual de dados, quanto o cabeamento de sensores. ”Com essa facilidade de você ter um sensor que transmite esses dados via Wi-fi (…) também é muito melhor. Você consegue inserir ele, por exemplo, dentro do redutor com uma facilidade muito maior. Em regiões onde o operador também não pode ficar muito tempo, em ambientes agressivos, climas extremos…”
Muito mais dicas no TEBE Talks completo!
Se você perdeu a estreia do TEBE Talks com a Zanini Renk, não tem problema. O episódio está disponível na íntegra aqui.