Áreas classificadas (EX): O monitoramento de vibração pode ser desafiador em plantas petroquímicas, em minas, em destilarias e em demais indústrias com áreas classificadas. Isso porque a presença de substâncias inflamáveis em suspensão é altamente perigosa e exige cuidado extra na manipulação de equipamentos elétricos.
Neste artigo, você confere:
- Os desafios de monitorar áreas classificadas
- Como escolher o sensor de vibração ideal
- É possível fazer monitoramento online em áreas EX?
Os desafios de monitorar áreas classificadas (EX)
Uma área é denominada “classificada” quando apresenta atmosfera explosiva. Ou seja, quando possui substâncias inflamáveis nas formas de poeira, gás ou vapor que, em contato com o ar, representam riscos de explosão. Por esse motivo, todo equipamento eletrônico utilizado em áreas EX deve ter certificado de antiexplosão.
As áreas classificadas por explosão de gases são divididas em zonas que vão de 0 a 2, sendo 0 a de maior risco. O zoneamento é feito com base na formação de atmosfera explosiva, de forma que:
- Se a atmosfera explosiva está continuamente presente, o local é Zona 0.
- Se a atmosfera explosiva pode estar presente em operação normal, o local é Zona 1; e
- Se a atmosfera explosiva pode estar presente em operação anormal. o local é Zona 2.
Podemos tomar como exemplo um posto de gasolina:
Repare que o ambiente do posto é uma Zona 2. Isso porque pode haver, por exemplo, um vazamento de gás que libere substâncias inflamáveis na atmosfera, tornando-a explosiva.
Já as bombas de combustível são Zona 1, pois é natural que haja liberação de substâncias inflamáveis ao abastecer um veículo.
O reservatório de caminhão-tanque, por sua vez, é uma Zona 0. Isso porque ele contém o combustível em si, de forma que sua atmosfera é explosiva o tempo todo.
Na indústria, isso impacta o monitoramento de vibração ao exigir uma escolha específica do sensor que seja útil. Devido às diferentes condições de formação de atmosfera explosiva em cada zoneamento, é preciso se atentar às especificações exigidas em cada uma ao escolher o sensor de vibração ideal.
Como escolher o sensor de vibração ideal
Para selecionar o sensor de vibração Ex que melhor se adeque aos requisitos de cada planta, é preciso primeiro entender as categorias de certificação. No Brasil, a ABNT publica a série NBE IEC 60079-0, a legislação para a certificação de equipamentos EX, e o INMETRO estabelece os requisitos de avaliação de conformidade.”
No processo de certificação, os órgãos reguladores verificam se os componentes eletrônicos e mecânicos dos sensores podem gerar centelhamento. Classificam-se o certificado de acordo com as seguintes categorias:
- Grupos de equipamentos
- Máxima temperatura de superfície
- Nível de proteção de equipamento (EPL)
- Tipo de proteção
Grupos de equipamentos
No que diz respeito aos grupos, os equipamentos são classificados de acordo com os ambientes e as substâncias às quais podem ser expostas de maneira segura.
GRUPO 1 (minas de carvão)
Equipamentos elétricos destinados à utilização em minas de carvão suscetíveis ao grisu, que consiste principalmente de gás metano, mas que contém pequenas quantidade de nitrogênio, dióxido de carbono e hidrogênio.
Nos tipos de proteção do Grupo I, é levada em consideração “a ignição do grisu e da poeira de carvão, juntamente com proteção física aumentada para equipamentos de utilização subterrânea.” (ABNT NBR IEC 60079-0)
GRUPO 2 (gases)
Equipamentos elétricos destinados à utilização em locais com atmosfera explosiva de gás, exceto suscetíveis ao grisu. Classificam-se o grupo de acordo com a natureza da atmosfera explosiva de gás ao qual ele se destina, sendo:
IIA: um gás típico é o propano
IIB: um gás típico é o etileno
IIC: um gás típicp é o hidrogênio
Vale destacar que os equipamentos certificados para o Grupo IIB também atendem ao Grupo IIA, e que os equipamentos certificados para o Grupo IIC também atendem aos Grupos IIA e IIB.
Grupo 3 (poeiras)
Equipamentos elétricos destinados à utilização em locais com atmosfera explosiva de poeira, exceto minas suscetíveis ao grisu. No que diz respeito aos grupos, classificam-se os equipamentos de acordo com os ambientes e as substâncias às quais podem ser expostas de maneira segura.
IIA: fibras combustíveis
IIB: poeiras não condutoras
IIC: poeiras condutoras
Vale destacar que os equipamentos certificados para o Grupo IIB também atendem ao Grupo IIA, e que os equipamentos certificados para o Grupo IIC também atendem aos Grupos IIA e IIB.
Máxima temperatura de superfície
A ABNT NBR IEC 60079-0 define a máxima temperatura de superfície como a “maior temperatura que é atingida em serviço sob as condições mais adversas (mas dentro de uma rolerância especificada) por qualquer parte ou superfície do equipamento elétrico.
Para equipamentos elétricos do Grupo I
A temperatura máxima de superfície não deve exceder:
- 150ºC sobre qualquer superfície onde possa se formar uma camada de poeira de carvão
- 450º onde não é provável que ser forme uma camada de poeira de carvão
Para equipamentos elétricos do Grupo II
Quanto maior for a classe de temperatura (T6), menor será a temperatura de superfície atingida pelo equipamento. Exemplo: o equipamento classificado como T6 é adequado também para instalações com T5, T4, T3, T2 e T1.
Para equipamentos elétricos do Grupo III
Em superfícies sem camada de poeira, a máxima temperatura determinada não deve exceder:
- A máxima temperatura de superfície atribuída; e
- A temperatura de ignição de camada ou nuvem de poeira
- Ao destino do combustível especifico
Já em superfícies com camadas de poeira, você pode determinar a temperatura máxima de superfície de acordo com a espessura da camada de poeira (TL) suportada ao redor do equipamento.
Nível de proteção do equipamento (EPL)
Trata-se, de acordo com a ABNT NBR 60079-0, do “nível de proteção atribuído ao equipamento baseado em sua probabilidade de se tornar uma fonte de ignição e distiguindo as diferenças entre atmosfera explosiva em minas suscetíveis a grisu.”
A partir disso, podemos fazer um relação entre EPL e zoneamento:
Tipos de proteção
O tipo de proteção relaciona-se ao combustível envolvido, ao EPL e à área de aplicação. Em resumo, ele indica o modo como o equipamento se protege diante das atmosferas explosivas, podendo ser:
- À prova de explosão (Ex d);
- Segurança aumentada (Ex e);
- Não centelhante (Ex nC);
- Não acendível (Ex nA);
- Respiração restrita (Ex nR);
- Segurança intrínseca (Ex ia, ib ou ic);
- Imerso em areia (Ex q);
- Imerso em óleo (Ex o);
- Encapsulamento (Ex ma, mb ou mc);
- Pressurizado (Ex px, py, pv ou pz);
- Proteção por invólucro (Ex ta, tb ou tc); ou
- Equipamento especial (Ex s)
É possível fazer o monitoramento online de áreas EX?
A resposta é: sim!
Assim como os sensores cabeados, os sensores wireless também passam por certificação e podem operar em áreas classificadas. É o caso do Tebe NXG, por exemplo.
O sensor é um dos únicos no mercado que pode ser instalado nas indústrias de:.
- Óleo e Gás;
- Açúcar e Álcool;
- Processamento de grãos;
- Alimentos e bebidas;
- Entre outros.
O Tebe NXG está em total concordância com a NR 20 – Segurança e saúde no trabalho com inflamáveis e combustíveis, norma exigida nas áreas classificadas. O sensor não só atende aos requisitos básicos para operar nessas plantas, como também potencializa a segurança operacional por evitar a quebra de componentes, bem como dispensa a coleta de vibração in loco por um analista, protegendo assim a integridade física dos técnicos em campo.
Soma-se a isso a oferta de dados confiáveis e valiosos para que a manutenção atue de forma otimizada, gerando mais receita e menos despesas para a indústria no qual está instalado.
Se o Tebe NXG atende aos requisitos da sua indústria, não deixe de entrar em contato e conhecer a solução.