Neste artigo, iremos apresentar as principais falhas relacionadas à instabilidade de óleo em mancais de deslizamento. Confira:

O que são mancais de deslizamento?

Os mancais são divididos, basicamente, em dois grupos: de rolamento e de deslizamento. Além disso, de maneira geral, ambos têm como principal função permitir a rotação do eixo de um equipamento. No entanto, falhas em mancais podem ocorrer, afetando a eficiência e a segurança do sistema.

Anteriormente, fizemos um artigo sobre mancais de rolamento e como identificar falhas nesses componentes. O texto na íntegra, você acessa clicando aqui. Hoje portanto, vamos falar sobre os mancais de deslizamento.

Também conhecidos como mancais hidrodinâmicos, eles são compostos por eixo, bucha e filme de óleo. Além disso, podem apresentar várias formas geométricas que dependem de sua aplicação.

O mancal de deslizamento trabalha com a formação de uma fina camada de óleo entre a bucha e o eixo, fazendo com que esse último componente “flutue” durante a operação da máquina em questão. Por conta disso, é formada uma pressão de óleo que varia de acordo com a folga existente entre bucha e eixo. Quanto menor a folga, maior a pressão:

Uma característica interessante de se observar é que, por outro lado, quando a máquina está parada, o eixo tende a encostar na bucha pelo próprio peso do eixo e do rotor. Entretanto, iniciada a rotação, o filme de óleo começa a se formar. Dessa maneira, em cada partida de máquina, ocorre um pequeno desgaste entre eixo e bucha, causando o aumento da folga e um pequena ovalização da bucha.

Existem duas falhas principais relacionadas à instabilidade de óleo em mancais de deslizamento: O rodopio de óleo (Oil Whirl) e o chicoteamento do óleo (Oil Whip). Portanto, a seguir você confere as características de cada falha e como identificá-las.

Rodopio de óleo (Oil Whril)

A dinâmica da lubrificação de um mancal de deslizamento induz forças de excitação no filme de óleo, resultando em vibrações em baixa frequência (menores que a rotação do eixo). Além disso, alguns mancais alcançam um limite de instabilidade, o que gera uma órbita – ou rodopio – sobre o centro da bucha. Isso reflete na velocidade, no intervalo de 38% a 48% da rotação do eixo, como se vê na imagem abaixo:

Os principais motivos para que essa falha ocorra são:

  • Cargas leves de um rotor
  • Variação nas folgas entre bucha e eixo
  • Propriedades do óleo incorreta (temperatura, viscosidade, pressão, etc); e
  • Projeto inadequado do mancal.

Chicoteamento de óleo (Oil Whip)

O chicoteamento de óleo (Oil Whip), por sua vez, é um caso especial do Rodopio de óleo (Oil Whirl). Nesse contexto, ele surge quando a frequência de instabilidade do óleo “trava” em uma rotação crítica do rotor. Além disso, isso ocorre geralmente na rampa de subida das máquinas.

Ou seja, entre a rotação de 0 rpm e rotação nominal do equipamento, em dado momento a frequência de instabilidade do óleo coincide com a rotação crítica do rotor. Isso, ao mesmo tempo, “alimenta” a ressonância e a instabilidade do óleo do mancal.

Essa falha pode ser observada em um gráfico de cascata aquisitado durante a rampa de subida do equipamento, como ilustra o exemplo abaixo:

Por mais que a tecnologia de monitoramento online não seja ideal para diagnosticar o problema de chicoteamento, visto que não coleta muito espectros em um curto espaço de tempo, a análise espectral do Tebe NXG pode auxiliar no diagnóstico.

Na plataforma IoTebe, é possível identificar a frequência relativa à rotação crítica sendo excitada, o que indica prováveis instabilidades no mancal. Para ter certeza, seria preciso realizar um teste de rampa de subida – que o monitoramento contínuo não comporta, contudo, nossa equipe especializada é capaz de fazer. Sendo assim, caso exista a necessidade, entre em contato conosco.

Prognóstico de falhas em mancais de deslizamento

Visto que a instabilidade de óleo e no mancal é causada pelos mesmos motivos tanto no Rodopio, quanto no chicoteamento de óleo, as soluções são as mesmas para ambos os problemas. Veja:

Causa Solução
Cargas leves de um rotor Carregamento apropriado do mancal
Variação nas folgas entre bucha e eixo Ajuste da relação de excentricidade (folga diametral) entre os componentes
Propriedade do óleo (temperatura, viscosidade, pressão de trabalho) em nível incorreto Correção dos níveis da propriedades física defeituosa
Projeto inadequado do mancal Reprojeto

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